No decorrer da
existência da economia enquanto ciência, os modelos analíticos foram baseados
em um ser representativo do comportamento das pessoas no mundo econômico. Da
parte dos economistas ortodoxos, inventou-se o homo economicus. Nos
dias atuais, a Neuroeconomia apresenta ao mundo o homo neuroeconomicus.
O homo
economicus é um ser advindo da capacidade do homem em tomar decisões
econômicas baseados na racionalidade; em outros termos, o homem que maximizará
ganhos e minimizará perdas. O homo neuroeconomicus, é baseado na capacidade limitada dos
indivíduos em tomar decisões econômicas que venham a otimizar os resultados
para si. Este modelo indica que as pessoas, na maioria, tomam decisões com base
em informações incompletas, o que gera um viés cognitivo impedindo - como
sugere a ideia de homo economicus - decisões que
otimizem resultados. Ao contrário, a proposta do homo neuroeconomicus
indica que emoções e outros sentimentos invadem a vida econômica assim como a
vida pessoal, e que emoções e sentimentos diversos influem significativamente
na tomada de decisão.
Aliado ao fator
emocional, outro fator que diferencia o homo economicus do homo
neuroeconomicus é a capacidade do cérebro de processar informações
recebidas pela visão – a percepção também é parte do viés decisional gerado na
hora da decisão referente à ótica econômica. Em síntese, o cérebro é preguiçoso
ao interpretar informações repetidas, pois, a cada acréscimo daquela mesma
informação, menos energia utilizará para tentar entender tal informação. Assim,
a maneira como o indivíduo aprendeu a interpretar as coisas do meio em que vive
é fundamental para a tomada de decisão. Isso fica evidente quando se analisa
vários momentos em que as pessoas deixam de ganhar na vida econômica em razão
de uma atitude deletéria relativa à otimização de seus resultados.
Resumindo,
alguns efeitos afetam a forma como as pessoas interagem com outras nos momentos
de decisão. Isso gera efeitos como, por exemplo, de contexto, ancoragem,
equidade, confiança ou desconfiança, força do carácter, ilusões etc.
Talvez a maior
crítica feita ao homo economicus seja a incapacidade, apesar de muito
elegante, de explicar como os agentes econômicos realmente agem nos mercados. E
a principal crítica ao homo neuroeconomicus é o fato de
ser um conceito novo, precisando, portanto, passar por testes para que seja
amplamente aceito nas atividades econômicas e acadêmicas. Isso acontecerá com a
utilização deste conceito ao longo do tempo.
O que se pode
evidenciar diante da existência desses dois seres representativos de duas
ideias bastante distintas acerca dos indivíduos é o processo de tomada de
decisão. É que um representa a modelação do homem como ele deveria agir em
momentos econômicos e o outro representa o homem como ele realmente é nessas
situações.
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