quarta-feira, 24 de julho de 2013

A maior batalha da economia: Homo Economicus x Homo Neuroeconomicus

No decorrer da existência da economia enquanto ciência, os modelos analíticos foram baseados em um ser representativo do comportamento das pessoas no mundo econômico. Da parte dos economistas ortodoxos, inventou-se o homo economicus. Nos dias atuais, a Neuroeconomia apresenta ao mundo o homo neuroeconomicus.

O homo economicus é um ser advindo da capacidade do homem em tomar decisões econômicas baseados na racionalidade; em outros termos, o homem que maximizará ganhos e minimizará perdas. O homo neuroeconomicus, é baseado na capacidade limitada dos indivíduos em tomar decisões econômicas que venham a otimizar os resultados para si. Este modelo indica que as pessoas, na maioria, tomam decisões com base em informações incompletas, o que gera um viés cognitivo impedindo - como sugere a ideia de homo economicus - decisões que otimizem resultados. Ao contrário, a proposta do homo neuroeconomicus indica que emoções e outros sentimentos invadem a vida econômica assim como a vida pessoal, e que emoções e sentimentos diversos influem significativamente na tomada de decisão.

Fonte: Chavaglia (2012)

Aliado ao fator emocional, outro fator que diferencia o homo economicus do homo neuroeconomicus é a capacidade do cérebro de processar informações recebidas pela visão – a percepção também é parte do viés decisional gerado na hora da decisão referente à ótica econômica. Em síntese, o cérebro é preguiçoso ao interpretar informações repetidas, pois, a cada acréscimo daquela mesma informação, menos energia utilizará para tentar entender tal informação. Assim, a maneira como o indivíduo aprendeu a interpretar as coisas do meio em que vive é fundamental para a tomada de decisão. Isso fica evidente quando se analisa vários momentos em que as pessoas deixam de ganhar na vida econômica em razão de uma atitude deletéria relativa à otimização de seus resultados.

Resumindo, alguns efeitos afetam a forma como as pessoas interagem com outras nos momentos de decisão. Isso gera efeitos como, por exemplo, de contexto, ancoragem, equidade, confiança ou desconfiança, força do carácter, ilusões etc.

Talvez a maior crítica feita ao homo economicus seja a incapacidade, apesar de muito elegante, de explicar como os agentes econômicos realmente agem nos mercados. E a principal crítica ao homo neuroeconomicus é o fato de ser um conceito novo, precisando, portanto, passar por testes para que seja amplamente aceito nas atividades econômicas e acadêmicas. Isso acontecerá com a utilização deste conceito ao longo do tempo.

O que se pode evidenciar diante da existência desses dois seres representativos de duas ideias bastante distintas acerca dos indivíduos é o processo de tomada de decisão. É que um representa a modelação do homem como ele deveria agir em momentos econômicos e o outro representa o homem como ele realmente é nessas situações. 

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