O
setor elétrico, assim como todos os setores da economia, é formado por
tomadores de decisões. Os tomadores de decisões são pessoas, logo a
Neuroeconomia, que estuda o cérebro das pessoas em situações econômicas poderá
representar a melhor forma de estudar o processo de tomada de decisão.
Evidentemente
a tomada de decisão nessa área da economia consigna eventuais externalidades
negativas de grande magnitude e não pode ser comparada com decisões como as que
as pessoas tomam no quotidiano, como a compra de um par de sapatos ou de um
carro. As decisões relativas ao modal de energia, por exemplo, podem impactar
diretamente de forma significativa no futuro socioeconômico de uma comunidade.
Portanto, são decisões que afetam muitas pessoas e o meio ambiente como um
todo.
Mas
graças à evolução e ao instinto de defesa que desenvolvemos ao longo do
processo de evolução enquanto espécie, não sentimos a mesma preocupação quando
decidimos para terceiros. Quando decidimos para nós mesmos, os sentidos e os
efeitos decorrentes dos sentimentos de emoção e todos os demais processos
cerebrais, entre eles o sistema automático derivado dos núcleos do cérebro, são
ativados de forma muito mais intensa comparativamente com quando uma decisão é
tomada, envolvendo terceiros ou envolvendo-nos de forma mais relativa e menos
direta.
Há,
contudo, um fator preocupante relativo ao viés existente na capacidade de os
agentes econômicos serem racionais, mesmo envolvendo terceiros no processo.
Como relatado anteriormente, tal fato deriva do processo de evolução humana,
pois o cérebro humano evoluiu vagarosamente nos últimos anos enquanto a cultura
moderna muda a cada instante. Portanto, seria impossível para o cérebro
acompanhar o volume e o formato das decisões atuais. Afinal, este órgão ainda é
produzido para responder a questões da antiguidade na “savana africana”. Desta
forma, decisões como as relativas a problemas como “inundar ou não uma área de
3.000 metros”; “investir bilhões em qual modal de energia”; “quais as políticas
sociais que melhor se enquadram para o consumo e para a produção de energia”;
entre outras questões, resultam em decisões que parecem ser particularmente
mais complexas. Entretanto, o cérebro resolve essas questões de forma tão
eficiente quanto na hora de escolher um par de tênis.
Portanto,
problemas relativos à tomada de decisão existem e são complexos. Tendo isso
como pano de fundo e o problema da conservação do meio ambiente, deve-se tentar
entender o processo e depois, com o suporte das técnicas neuroeconômicas,
procurar entender o próprio mercado das energias renováveis brasileiro, tendo
em vista a obtenção de resultados que resultem em danos relativamente mais
baixos para o ambiente, a economia e para a sociedade de uma forma geral.
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