quarta-feira, 24 de julho de 2013

Os tipos de profissionais segundo a lógica da inovação

Uma inovação sempre foi e sempre será um processo cerebral, que envolve questões genéticas e meméticas e que se desenha de forma única em cada pessoa. Sendo assim, em uma organização é comum encontrar vários tipos de profissionais segundo os preceitos da neuroinovação.
É interessante lembrar que a maioria dos profissionais se considera um profissional inovador. Em pesquisa realizada com os gestores da classe A da cidade de Ribeirão Preto-SP, constatou-se que de um total de 51 entrevistados, sendo 40 homens e 11 mulheres, 82% disseram ser profissionais inovadores e apenas 18% disseram que não se consideram inovadores.
Apesar de todos se considerarem inovadores, a verdade é que o grupo dos inovadores é bem restrito e suas habilidades não são convencionais considerando o mundo da administração clássica. São habilidades salientadas por meio de testes neurocientíficos e não por meio do raciocínio lógico.
Existem muitos tipos de profissionais e existem também inúmeras formas de classificação de profissionais no mercado de trabalho. Aqui estão apresentados os profissionais seguindo a lógica da inovação. Esta classificação é baseada no tripé da neuroinovação: percepção, controle do medo e inteligência social. Portanto, parte-se do pressuposto de que quanto mais um profissional obtém um sinal positivo em determinada habilidade mais ele se aproxima do profissional inovador de valor
Matriz do profissional inovador
Fonte: autor


-Profissional nota 10 - este arquétipo de profissional se destaca por saber controlar o medo e por ter inteligência social positiva, entretanto não tem a capacidade mais importante para um inovador, que é a capacidade de encarar o mundo de maneira diferente das pessoas comuns e assim gerar oportunidade para a inovação.
-Senhor Networking - este profissional impressiona pela elevada inteligência social, mas é fraco ou negativo no assunto referente à percepção, pois não consegue enxergar oportunidades de inovação e também é fraco no controle do medo.
-Persistente - este arquétipo não tem medo de encarar os desafios profissionais, mas não consegue perceber as coisas como um inovador e também não tem inteligência social para desencadear a aceitação do seu produto ou serviço.
-Espartano - este se aproxima de um inovador de valor, pois consegue enxergar o mundo de forma diferente das pessoas comuns, enfrenta o medo, mas não sabe como se relacionar socialmente para fazer pegar seus produtos e ideias de uma forma geral.
-Entusiasta - o entusiasta empolga todo mundo ao seu lado, pois detém inteligência social positiva, percebe coisas que “ninguém mais” consegue perceber, contudo não é capaz de enfrentar o medo de se expor para mostrar os resultados de suas ideias inovadoras.
-Inovador de valor - por fim o arquétipo do inovador de valor, que percebe, de forma diferente, pois vê aquilo que ninguém vê. Não tem medo do perigo comercial e nem físico na hora de expor suas ideias e produtos. Além disso, consegue fazer com que pessoas influentes desejem suas ideias. O inovador de valor é o objetivo final do esforço da neuroinovação. Ele é, portanto, o resultado final de um processo de desenvolvimento baseado na neurociência, visando buscar a geração de inovações no mercado, gerando ganhos de valor para o profissional e para a empresa.
A criação de produtos e serviços interessantes para os consumidores é algo possível para os inovadores de valor. Isto é, criar produtos que propiciem aos consumidores uma experiência única com um produto ou serviço específico ofertado no mercado.
Os profissionais estão sujeitos às influências externas, mesmo existindo o fator genético como potencializador do comportamento econômico. Isso permite que se possa treinar profissionais para o aprimoramento de habilidades para a inovação, permitindo às empresas ganhar “mais valor” no mercado, permitindo-lhes ficar, mesmo que durante um curto período, sozinhas no mercado, apoderando-se de toda a riqueza que uma inovação pode gerar por meio de vantagens competitivas.
A inovação é um processo cerebral que se baseia em três premissas: perceber de forma diferente as coisas do mundo, controlar o medo e desenvolver inteligência social, para que as invenções ganhem o mercado, se tornando por fim, uma inovação.
Novas técnicas derivadas das descobertas da neurociência tendem a modificar drasticamente a forma como os profissionais contemporâneos estão acostumados a tomar decisões. Isso se reflete na estratégia empresarial. Desta forma, um sistema que abranja as reais decisões dos agentes e a estratégia empresarial em si. Dai a importância do SNE (Sistema de Neuroinovação Empresarial). Sendo este sistema a única forma de associação entre o processo cerebral de geração de inovações e a estratégia empresarial.
Entretanto, bem mais que uma revolução, a neuroinovação é a continuação de um processo histórico que vem desde o surgimento da espécie humana até os dias atuais, que consiste na procura sistemática por formas melhores de construir produtos e serviços na economia.
Referências
ANDREW, J. P.; SIRKIN, H. Payback: como conquistar o retorno financeiro da inovação. Lisboa: Actual editora, 2006.
BERNS, G. O Iconoclasta. Rio de Janeiro: Best-seller, 2009.
IRIGARAY, H. A.; VIANNA, A.; NASSER, J. E.; LIMA, L. P. M., Gestão e Desenvolvimento de Produtos e Marcas.Rio de Janeiro: FGV, 2008.
HARGADON, A. SUTTON, R. J. Como construir uma fábrica de inovação. O valor da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 2005, pp. 63-83.
KIM, W. C.; MAUBORGNE, R. A. Inovação de Valor: a lógica estratégica do alto crescimento.Harvard Business Review. São Paulo: Campus, 2005.
SCHUMPETER, J. Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juro e o ciclo econômico. São Paulo: Abril Cultura, 1982.
TAYLOR, W. C.; LABARRE, P. Inovadores em ação. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.

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