Uma inovação sempre foi e sempre será um
processo cerebral, que envolve questões genéticas e meméticas e que se desenha
de forma única em cada pessoa. Sendo assim, em uma organização é comum
encontrar vários tipos de profissionais segundo os preceitos da
neuroinovação.
É interessante lembrar que a maioria dos
profissionais se considera um profissional inovador. Em pesquisa realizada com
os gestores da classe A da cidade de Ribeirão Preto-SP, constatou-se que de um
total de 51 entrevistados, sendo 40 homens e 11 mulheres, 82% disseram ser
profissionais inovadores e apenas 18% disseram que não se consideram
inovadores.
Apesar de todos se considerarem inovadores, a
verdade é que o grupo dos inovadores é bem restrito e suas habilidades não são
convencionais considerando o mundo da administração clássica. São habilidades
salientadas por meio de testes neurocientíficos e não por meio do raciocínio
lógico.
Existem muitos tipos de profissionais e
existem também inúmeras formas de classificação de profissionais no mercado de
trabalho. Aqui estão apresentados os profissionais seguindo a lógica da
inovação. Esta classificação é baseada no tripé da neuroinovação: percepção,
controle do medo e inteligência social. Portanto, parte-se do pressuposto de
que quanto mais um profissional obtém um sinal positivo em determinada
habilidade mais ele se aproxima do profissional inovador de valor
Matriz do profissional
inovador
Fonte: autor |
-Profissional nota 10 - este arquétipo de profissional se
destaca por saber controlar o medo e por ter inteligência social positiva,
entretanto não tem a capacidade mais importante para um inovador, que é a
capacidade de encarar o mundo de maneira diferente das pessoas comuns e assim
gerar oportunidade para a inovação.
-Senhor Networking - este profissional
impressiona pela elevada inteligência social, mas é fraco ou negativo no
assunto referente à percepção, pois não consegue enxergar oportunidades de
inovação e também é fraco no controle do medo.
-Persistente - este arquétipo não tem medo de encarar os
desafios profissionais, mas não consegue perceber as coisas como um inovador e
também não tem inteligência social para desencadear a aceitação do seu produto
ou serviço.
-Espartano - este se aproxima de um inovador de valor,
pois consegue enxergar o mundo de forma diferente das pessoas comuns, enfrenta
o medo, mas não sabe como se relacionar socialmente para fazer pegar seus
produtos e ideias de uma forma geral.
-Entusiasta - o entusiasta empolga todo mundo ao seu
lado, pois detém inteligência social positiva, percebe coisas que “ninguém
mais” consegue perceber, contudo não é capaz de enfrentar o medo de se expor
para mostrar os resultados de suas ideias inovadoras.
-Inovador de valor - por fim o arquétipo do inovador de valor, que
percebe, de forma diferente, pois vê aquilo que ninguém vê. Não tem medo do
perigo comercial e nem físico na hora de expor suas ideias e produtos. Além
disso, consegue fazer com que pessoas influentes desejem suas ideias. O
inovador de valor é o objetivo final do esforço da neuroinovação. Ele é,
portanto, o resultado final de um processo de desenvolvimento baseado na
neurociência, visando buscar a geração de inovações no mercado, gerando ganhos
de valor para o profissional e para a empresa.
A criação de produtos e serviços
interessantes para os consumidores é algo possível para os inovadores de valor.
Isto é, criar produtos que propiciem aos consumidores uma experiência única com
um produto ou serviço específico ofertado no mercado.
Os profissionais estão sujeitos às
influências externas, mesmo existindo o fator genético como potencializador do
comportamento econômico. Isso permite que se possa treinar profissionais para o
aprimoramento de habilidades para a inovação, permitindo às empresas ganhar
“mais valor” no mercado, permitindo-lhes ficar, mesmo que durante um curto
período, sozinhas no mercado, apoderando-se de toda a riqueza que uma inovação
pode gerar por meio de vantagens competitivas.
A inovação é um processo cerebral que se
baseia em três premissas: perceber de forma diferente as coisas do mundo,
controlar o medo e desenvolver inteligência social, para que as invenções
ganhem o mercado, se tornando por fim, uma inovação.
Novas técnicas derivadas das descobertas da
neurociência tendem a modificar drasticamente a forma como os profissionais
contemporâneos estão acostumados a tomar decisões. Isso se reflete na
estratégia empresarial. Desta forma, um sistema que abranja as reais decisões
dos agentes e a estratégia empresarial em si. Dai a importância do SNE (Sistema
de Neuroinovação Empresarial). Sendo este sistema a única forma de associação
entre o processo cerebral de geração de inovações e a estratégia empresarial.
Entretanto, bem mais que uma revolução, a
neuroinovação é a continuação de um processo histórico que vem desde o
surgimento da espécie humana até os dias atuais, que consiste na procura
sistemática por formas melhores de construir produtos e serviços na economia.
Referências
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conquistar o retorno financeiro da inovação. Lisboa: Actual editora, 2006.
BERNS, G. O Iconoclasta. Rio de
Janeiro: Best-seller, 2009.
IRIGARAY, H. A.; VIANNA, A.; NASSER, J. E.;
LIMA, L. P. M., Gestão e Desenvolvimento de Produtos e Marcas.Rio de
Janeiro: FGV, 2008.
HARGADON, A. SUTTON, R. J. Como construir
uma fábrica de inovação. O valor da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 2005,
pp. 63-83.
KIM, W. C.; MAUBORGNE, R. A. Inovação de
Valor: a lógica estratégica do alto crescimento.Harvard Business Review.
São Paulo: Campus, 2005.
SCHUMPETER, J. Teoria do desenvolvimento
econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juro e o ciclo
econômico. São Paulo: Abril Cultura, 1982.
TAYLOR, W. C.; LABARRE, P. Inovadores em
ação. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.
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